quarta-feira, dezembro 29, 2004

Este nosso canto ...

Desemprego, economia em recessão, casos de justiça, a Saúde que não me toma conta da constipação, listas de espera, educação que falha… que país é este?! … Já vai em 80 mil, epidemias, maremotos, mães sem filhos, irmãos, pais, amigos, valas comuns, caixões que não são suficientes, arrastamentos… que país é o nosso?! Mentes pobres que pensam no seu e não no outro, naquilo que somos em relação ao todo, aquilo que temos mais que eles… as dimensões passam nas nossas cabeças nestes momentos, mas não nos ficam na retina intemporalmente, não nos acompanham ao longo das acções e do quotidiano! Gente estúpida e sem escrúpulos, televisão insensível que se serve da desgraça dos outros para fazer novelas de semanas, que abrem os jornais e telejornais, que nos massacram… mas será necessário tanto alarido?! Tantas imagens que nos passam pelos olhos, tantas palavras de desgraça e caos mal empregadas, utilizadas para assustar e não para esclarecer e informar… que mal pensamos naquilo que aconteceu e aquilo que mais queremos é esquecer.
O país onde estamos e vivemos, torna-se invisível aos olhos das notícias, desaparece no tempo e no espaço… importante é a novela da desgraça!
Importante é ganhar consciência do espaço que ocupamos, do país que suportamos, da pátria que temos de defender acima das outras!

Maremoto

terça-feira, dezembro 28, 2004

Equilíbrio

Os nascidos sob o signo da Balança, são muito sociáveis e comunicativos, simpáticos e bem intencionados, com um espírito muito conciliador, procurando sempre agradar aos outros e não magoar ninguém.
Têm uma grande necessidade de companheirismo, pois só assim se sentem realizados, não gostam de fazer nada sozinhos.
Bastante diplomáticos, buscam o equilíbrio e fogem das atitudes extremas, talvez por isso, têm alguma dificuldade em se comprometerem, o que os pode levar por vezes à indecisão.
Têm um carácter calmo, afectuoso e dedicado, raramente se exaltam, mas quando o fazem, deitam cá para fora tudo o que lhes vem à cabeça, contudo rapidamente se acalmam e ficam muito perturbados com a atitude que tomaram.
No amor, procuram basicamente a harmonia, têm grande necessidade de uma parceira, acreditam na felicidade a dois, contudo, como põem o outro num pedestal ficam profundamente desiludidos quando se apercebem que eles também têm defeitos como qualquer ser humano.

domingo, dezembro 26, 2004

Arrepio


A noite cai, rebolo na minha memória e condeno a meu pensamento, verdade onde não encontro a mentira das minhas razões. De caneta na mão e o olhar fixado em algo, bocado de mundo onde vivo e procuro a incerteza, ocultando a vontade de estar contigo, o todo do meu corpo sente a necessidade de respirar verdade, alegria, a cadeira cai, será que se eu aqui não estivesse, o som da cadeira a cair existia.
Num salto ao dia volta e a noite encosta, acredito, mentira que o tempo e o espaço mostram, verdade que o racional procura. A mão escorrega, embrulho-me nas minhas memórias e acredito no sentimento, rebeldia, inocência, não sei, capacidade de gesticular e encontrar expressão, desenhar, riscar, diferentes mas iguais.
Rocha de que abraça a praia, mar que a cobre, vontades e negações que a memória oculta, lembranças que mostram as diferenças, saudade, onde encarna a beleza, sentimento que mostra alegrias. Estou aqui, continuo aqui, e o amanhã, começa a apagar a lembrança, a noite regressa, a coragem e a determinação buscam força, na vontade e no sentir!




Arrepio

Escrito por Rigo

sábado, dezembro 11, 2004

Elástico

A rua estica, a minha memória completa-se com a calçada, a janela abre, e a vontade de experiênciar leva a que a curiosidade por vezes se confunda.
Olho para trás e tudo o que encontro são pequenos fragmentos, problemas, ansiedades, conflitos, coisa confusa, que o tempo e espaço invertem. Pequenas ideias que se carregam, saco da verdade onde escondo a mentira, aqui compreendo o que não queria compreender, razão, esta onde moram os princípios que mostra o outro lado! Entrei e de repente, a avenida da verdade toma conta de mim, a curva que se segue só o tempo a descobrirá, a razão de escrever procura a vontade de entender e não antecipara o modo de pensar, muro de betão, escondes os porquês, a interrogação apodera-se das respostas e os dias que procuram as noites multiplicam-se.
No meu canto de princípios apodero-me das razões, vontade de voar e encontrar num mergulho a capacidade de moldar o meu inconsciente, curva que eu não consigo ver e de repente perceber o que se aproxima…
Escrito por Rigo



Elástico

terça-feira, dezembro 07, 2004

Virgulas...


Fecho de metal, onde deslizam as minhas palavras, num abrir e fechar de emoções, acções que contornam as minhas intenções. Ao escrever encontro no meu papel, o positivo e o negativo do meu dia, em que o controlo me foge em palavras e acções, mundo estranho em que a acção provoca um rebentar de emoções, vividas, mas não sentidas, onde a viragem antecipa as reacções.
Modelação e rigor, opostos que se fundem no horizonte, desenho que procuro e não encontro, momento que busco e não alcanço, sensação que sinto mas não entendo, que malefícios que isto nos faz cá dentro, buscamos respostas e recebemos interrogações, lugar este onde estamos, e por mais que pensamos, não entendemos o que nos controla.
Realidade a minha em que procuro e não encontro, não sei se respostas, se perguntas só sei que isto me está a carcomer, talvez a resposta a estas perguntas seja o tempo… sim, ele mostra todos os caminhos em que muitas vezes o racional se confunde com o irracional….
Escrito por Rigo

segunda-feira, dezembro 06, 2004

O vestido

Este pensamento, encontrei-o numa esquina do meu cérebro, um momento meu, acabo de recordar e continuo a não conseguir controlar, pecado ou não, esta maneira de me deixar levar, parece a corrente em que me pergunto o que é, e como é que… acabo de passar mais uma página, em que de repente outra se segue. Encostado no meu pensamento procuro a resposta… que maravilha de lugar em que eu me perco mesmo sem me levantar, cidade de pau em que a multiplicação de sensações me calça uns patins e me mostra a imagem, acabei de cair e não percebo quando é que isto vai parar, parece um ovo em que a clara não deixa a gema respirar. Desfolhando as minhas memórias, apercebo-me de coisas vividas e não desejadas, sensações que andam a volta do meu eu e que eu não me consigo libertar, quase como um lugar, onde os espaços são efémeros e a ideia de vida permanece dentro de cada espaço, em que o interior reflecte o exterior o seu conteúdo. Como de costume de cabeça nas nuvens, esqueço-me da importância do meu eu, e a projecção na tela da vida é algo que não mostra a importância de cada pensamento, onde a acção, por vezes encobre o sentimento!
Escrito por Rigo

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Bolo Chocolate

Numa calçada em que de seguida a escada aperta a realidade transforma os sentimentos em verdadeiros buracos, onde caímos e não nos apercebemos. Em descida onde a inclinação procura a estabilidade, a revolta de não perceber, leva a que a noção do que é certo ou errado se confunda. De perna cruzada, espero o cruzamento de ideias em que a folha de vegetal permite emendar a emoção de percorrer o sentimento de sentir, sofrer, onde se ergue uma escadaria, se constrói uma ideia, um percurso que é comum a todos e diferente de todos. Observo a grua junto ao rio e o movimento da cidade parece um palco onde, o sentimento coexiste e as lembranças de um bailado onde a interacção dos bailarinos cria espaços em que as recordações pairam e se multiplicam como um trabulham de reacções de nome sentimento e aflições que nos dão aulas de filosofia…
Escrito por Rigo

A revolta da vaselina

Estou sentado no telhado! Observo e não vejo nada …, mas desta vez a neblina desapareceu e eu continuo a não ver, mas sim a sentir. Oiço uma galhofa…ui ui …outra vez aquelas marias “amélias” a contar o que lhes dói. Basta cheirar para sentir, e perceber do que se trata, o paladar ajuda a confirmar todas as premissas.
Falta de tacto, parece que o chão nos sai de baixo, algo que não se fixa.
Viver uma ilusão ou realidade quem sabe, eu não sei… as sensações iludem a realidade também… e a revolta? Não sei…! Parece tudo tão escorregadio, difícil de controlar. Algo me diz que sorrir é uma boa maneira de ajudar e perceber, … deixar o mundo um pouco melhor do que encontramos, será a vingança. Bem, e eu…continuo aqui sentado, a sentir e a não perceber, se tudo fosse um desenho em que a regra só faz parte da realidade, a palavra vida seria uma utopia vivida mas não construída!
Escrito por Rigo

Pois é .....!

Acordar é um bom motivo nem que seja para respirar… abro a porta, saio e percebo um espaço que ao mesmo tempo me é familiar como estranho, entretanto oiço um burburinho para variar, alguém chora, grita… não sei, deve ser fígado ou intestinos…. Bem esta merda…deixam-me doido! Estou sentado na minha consciência, e deparo-me com uma maravilha…. Uns olhos, uma boca, um corpo…sim algo surrealista, sentimento ou que será isto, parece uma praia em que não se consegue ver o fim.
Não sei, parece uma dor de barriga onde nem se quer sei onde me dói, será estômago, intestino delgado ou grosso…bem só me dá vontade de dizer que vou sair para comprar cigarros, uma boa desculpa para desaparecer... loura, morena, não sei isto é uma neblina..!
Escrito por Rigo