sábado, fevereiro 18, 2006

CCB

Está patente uma exposição no CCB de fotografias que vale a pena espreitar. Mas destaco uma câmara obscura que está construída no Jardim da Águas, junto a zona de entrada das exposições, que demonstra o início da fotografia. A câmara obscura é a borla e na exposição ainda trazem uma foto para casa a vossa escolha.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

a propósito da habitação

Ao ler o programa do tema 2 mais relativamente à questão da habitação, questionei-me sobretudo sobre a diferença funcional entre uma célula habitacional permanente ou temporária. Pode-se pensar que pelo facto de alguém ir viver temporariamente para alguma zona, modifica de algum modo, a funcionalidade de como vive? Não vejo esta diferença de habitação temporária, idêntica a estadia num hotel, visto que são pedidos cozinha e sala. Posso compreender mais esta célula como pessoas que vem temporariamente viver por alguma questão. Posso dar um exemplo muito próximo de nós, de alunos que vem temporariamente para a cidade de Lisboa a fim de fazerem cursos superiores ou de outra ordem. Mas neste exemplo, esta estadia pode ir de 1 a 4 anos, pelo qual não se torna temporário. Existem mesmo famílias que habitualmente trocam de casa em menos de 5 anos.
Não vejo por isso razão para esta diferença de habitação, questionando-me muito mais sobre a habitação para unicamente 1 pessoas ou para uma família. O facto que alguém viver sozinho, dá mais espaço e liberdade para uma vida em comunidade. Nunca colocando em causa a privacidade inerente de cada uma, a vida em comunidade permite com mais facilidade a sociabilidade entre pessoas e o contacto humano que cada vez falta mais numa sociedade digital e tecnológica.
Mais do que outra, esta habitação individual privilegia o contacto com a terra e com o humano, apesar de poder utilizar a tecnologia para o contacto com o mundo.
Por outro lado a habitação familiar, encontra dentro de si o seu melhor bem-estar. As suas inter relações e cruzamentos de experiências, dependem da distribuição do espaço interior, sendo importante o modo como se relaciona com as várias zonas da célula. A partir desta relação interior, é que esta habitação vai contactar com o exterior e para relação urbanas e sociais mais próximas.
Fica faltando a possibilidade da vivência de um casal. Neste caso vejo a possibilidade de haver uma escolha a priori, de qual a célula para habitar, dependendo do tipo de vida em futuro que ambos escolham ter.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

a propósito do tema 2


…recordando-me de Lisboa, como cidade de memórias e de tempos, surge-me a imagem que admirava da janela do quarto da minha avó em Campolide, onde um monstro de imensas pernas caminhava sobre a cidade.

Dizia-me a minha avó que levava as águas!

Parecia que ele me acompanhava desde casa dos meus pais, até casa da minha avó! Aparecia e desaparecia... rua sim, rua não! Tornava-se um fio único de um percurso que fazia todos dos dias, de manha e ao final da tarde.

Sabia sem duvida onde encontrar a casa da minha avó …debaixo do arco de maior largura!

Ainda hoje me recordo dele como referência da cidade e como construtor de tempo. Elemento único que podemos encontrar em vários pontos da cidade, por cima de uma estrada, ao virar de uma esquina, no limite de uma praça… e ao caminharmos por cima dele, colamos dois bocados de paisagem urbana, o rio, um manto verde, a ponte, o Cristo Rei, o outro lado da margem ….

Tornou-se uma referência urbana ….

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trabalho de Corbusier para Paris e Argel

A área do tema 2, em Carcavelos, necessita no meu ponto de vista de um Aqueduto das Águas Livres. Uma coluna principal de distribuição, que não só construa um referencial de tempo e memória, mas também um novo modo de habitar a cidade, ultrapassando a nostalgia da rua e da praça. A particularidade do Aqueduto é o modo de como seria possível caminhar sobre a cidade sem ter de sucessivamente passar por estradas e passadeiras, tornando-se assim possível uma ligação visual, entre nós e a cidade muito mais forte. Nesta única estrutura geradora de urbanismo e sociabilidade, poderíamos construir o nosso quotidiano através de habitação, trabalho, lazer e serviços, havendo ligações com a envolvente não só visuais mas também físicas.

Deste modo esta estrutura comporta pontos de toque e de âncora com a cidade urbana mais próxima, como também transporta uma referência geográfica para aquela zona.
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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

volta e ida... parte 1

… e quando acordei já tinha chegado! A refeição de bordo tinha enchido o estômago e não resisti… já tinha estado pior, na despedida onde tudo se torna difícil até mesmo dar um passo.
A viagem até ao aeroporto foi a mais tranquila de todas as 3 vezes que já se tinha repetido. De táxi pode-se ter uma expressão diferente da Barcelona das “bordas”, da zona industrial onde se podem encontrar os melhores exemplos de arquitectura. A Barcelona das grandes empresas, muito diferente da Praça de Espanha por onde tinha passado à 5 minutos no mesmo táxi. Uma praça imponente, onde toda a história se revela, com planos de fundo realmente “pensados”, desenhados e inesquecíveis. Num deles a escadaria para o Palau Nacional, onde se esconde numa perpendicular o pavilhão de Barcelona do Mies.

Posso compreender agora a monstruosidade da simplicidade! Fiquei extremamente pequeno ao deparar-me com um ícone que só conhecia de fotos … nada a ver! A ligação entre espaço e pessoa, a forma como ele roda sobre nós … mostra, não mostra … sais, não sais! Parece que tudo se torna perfeito, na ligação entre os momentos, na condução de um percurso, na luz … nos pormenores! Não é espaço para habitar, é espaço para viver…! Não são necessárias placas de titânio, projectos de computadores, curvas sobre curvas e mais curvas… é um caos simplificado, é arquitectura. O domínio do espaço e da luz, esfaqueados por planos simples onde o próprio material nos dá a conhecer outras facetas misteriosas.

Tudo me passou rápido, porque tão cedo não ia voltar, mas sentia-me feliz por poder já pensar nele … porque o conhecia!
E na minha mão estavas tu ….

PAVILHÃO