quinta-feira, fevereiro 02, 2006

volta e ida... parte 1

… e quando acordei já tinha chegado! A refeição de bordo tinha enchido o estômago e não resisti… já tinha estado pior, na despedida onde tudo se torna difícil até mesmo dar um passo.
A viagem até ao aeroporto foi a mais tranquila de todas as 3 vezes que já se tinha repetido. De táxi pode-se ter uma expressão diferente da Barcelona das “bordas”, da zona industrial onde se podem encontrar os melhores exemplos de arquitectura. A Barcelona das grandes empresas, muito diferente da Praça de Espanha por onde tinha passado à 5 minutos no mesmo táxi. Uma praça imponente, onde toda a história se revela, com planos de fundo realmente “pensados”, desenhados e inesquecíveis. Num deles a escadaria para o Palau Nacional, onde se esconde numa perpendicular o pavilhão de Barcelona do Mies.

Posso compreender agora a monstruosidade da simplicidade! Fiquei extremamente pequeno ao deparar-me com um ícone que só conhecia de fotos … nada a ver! A ligação entre espaço e pessoa, a forma como ele roda sobre nós … mostra, não mostra … sais, não sais! Parece que tudo se torna perfeito, na ligação entre os momentos, na condução de um percurso, na luz … nos pormenores! Não é espaço para habitar, é espaço para viver…! Não são necessárias placas de titânio, projectos de computadores, curvas sobre curvas e mais curvas… é um caos simplificado, é arquitectura. O domínio do espaço e da luz, esfaqueados por planos simples onde o próprio material nos dá a conhecer outras facetas misteriosas.

Tudo me passou rápido, porque tão cedo não ia voltar, mas sentia-me feliz por poder já pensar nele … porque o conhecia!
E na minha mão estavas tu ….

PAVILHÃO